domingo, abril 27, 2014

Saló: histórica e vivaz


A caminho de Saló
Percorre-se 25 km de barco entre Sirmione e a histórica Saló, cidade com pouco mais de dez mil habitantes, situada à margem do Lago di Garda, na parte que pertence à região da Lombardia, na Província de Brescia. Está a 105 km de Milano. No percurso todo, visões estupendas das duas margens do Lago.

A caminho de Salo - Portese
O barco faz uma rápida parada em Porto di  Portese,  parte  da localidade de San Felice del Benaco. É um porto de origem bastante antiga que deu o próprio nome a esse lugar. Portese é uma típica vila de pescadores, que viveram exclusivamente da pesca  até que que, pouco a pouco, foi cedendo lugar ao turismo, especialmente o turismo náutico e desportivo.

A caminho de Salo ...Ilha da Garda
Há 5,4 km de Saló, está a Ilha de Garda, a maior ilha do Lago. Foi habitada já na época romana. Em 879, foi doada por Carlos Magno ao Convento ao São Zeno de Verona. Dela foram hóspedes São Francisco de Assis, Santo Antônio de Pádua e São Bernardino de Siena. Por um tempo, pertenceu a Maçonaria. Em1870, foi vendida ao duque De Ferrari, que construiu ali um grande palácio em estilo neogótico veneziano...
Vista da Ilha de Garda
...Por herença, pertenceu depois à família dos príncipes Borghese. Hoje pertence aos condes de Cavazza de Bologna. A Ilha de Garda é bastante conhecida também por ter abrigado os encontros amorosos de Clara Petacci e Benito Mussolini, quando ainda eram amantes secretos, por ser ele casado e pai de cinco filhos. Mais adiante, escreveremos sobre esse caliente romance entre Ben e Claretta, como eles costumavam tratar-se.
Chegada em Salo
Saló situa-se entre o Lago e o monte de São Bartolomeu. Ao aproximar-se o barco, já se tem a visão de uma cidade bonita e bem conservada, com palacetes e casas pintados em tons pasteis. Por toda ela, ruazinhas floridas e becos ( vicoli) encantadores. Na via principal, lojas elegantes, cafés, restaurantes,edifícios históricos e antigos palácios.

Monumento aos soldados mortos
Muito perto do embarcadouro, está a Praça da Vitória, presidida pelo Monumento aos Mortos da Primeira Guerra Mundial. Muita gente movimenta-se nessa praça e no calçadão que margeia uma parte do Lago. As fachadas dos edifícios, tal como se apresentam hoje, não são, na sua maioria, originais. São frutos de reconstruções dos prédios danificados pelo terremoto de 1901.

Calçadão à beira do Lago
Fundada no Período Romano, com o nome de Pagus Salodium, tornou-se na Idade Média domínio dos Visconti, poderosa família milanesa. Em 1440, esteve sob o controle da República de Veneza. Posteriormente foi anexada à Lombardia, até que , em 1859, passou a fazer parte do reino da Itália, obtendo, então, o título de cidade.

Ruazinhas do Centro de Saló
De 1943 a 1945, Saló foi sede de alguns ministérios de Benito Mussolini, que apoiado pelos nazistas, criou ali a República Social Italiana - um estado fantoche ( denominação dada àqueles estados que são apoiados e mantidos por potência externa). Essa República, denominada República de Saló, só foi reconhecido pela Alemanha ( é óbvio), pelo Japão e pela Hungria. A razão da escolha de Saló como sede deu-se pela sua proximidade com a Alemanha e por existir ali a fábrica de armas Beretta, uma das mais antigas da Itália, fundada em 1526.

Catedral de Saló

Diz-se que o monumento mais importante de Saló é a Catedral de Santa Maria Annunziata, que surgiu no século VI sobre restos de uma construção romana, possivelmente restos de um templo. Começou a ser ampliada e resturada no século XV, mais especificamente em outubro de 1453, seguindo um projeto similar ao da igreja Santa Anastácia, existente em Verona.

Missa de domingo na Catedral
Não consegui obter fotos dos altares e das capelas belíssimas porque , naquele momento, estava sendo celebrada a missa de domingo. Na celebração, muita gente bonita e vestida com roupa de missa, como dizia o filhinho de uma amiga minha, ao vê-la elegantemente vestida, ainda que fosse para uma festa. Pareceu-me, entretanto,  que os altares mais bonitos são os de São Carlo, Santa Teresa, Santo Antônio Abate e São Marco.
Odete Bernardi no centro histórico de Saló
Sem informações históricas, entretanto, Saló não é das cidades mais interessantes ao redor do Lago di Garda. O que a torna imprescindível em qualquer roteiro pelo lago, é, seguramente, seu passado, do surgimento aos últimos acontecimentos. Saló foi o palco dos últimos dias de Benito Amilcare Andrea Mussolini, figura - chave na criação do fascismo.

Antigo Palácio na rua principal de Saló
Ainda hoje circulam muitas histórias ( pessoais) de Mussolini, principalmente de seu ardente romance com Clara Petacci, menina rica e mimada, filha de um médico do Vaticano, com quem, nos primeiros tempos, encontrava-se na Ilha de Garda - ela com 20 anos, belíssima; ele, com 49, baixinho e feio.Foi mesmo Henry Kissinger que disse : O poder é o afrodisíaco mais forte?

Antigo palácio à beira do Lago
Durante o tempo em que permaneceu na Ilha, apenas esperando a chegada do amante, Clara escreveu centenas de páginas sobre ela e o homem que amava. Dos trechos que li, dois itens chamaram-me atenção: um deles sobre o antissemitismo de Mussolini e sua adoração por Hitler; outro sobre a exaltação dela ao desempenho sexual dele. Quando li essa última parte,  pensei, denotativamente, sem uso de metáfora : Vai ser bom de cama assim nos quintos do inferno.

Passeio pela margem do Lago di Garda
Quando a República de Saló chegou ao fim, Mussolini deu a Clara a opção de fugir para a Espanha. Ela escolheu permanecer com ele. Foram presos ao tentarem fugir para a Suíça. Foram pendurados , de cabeça para baixo, numa viga , na Piazzale Loreto, em Milano. Ali foram fuzilados e morreram sob aplausos e gritos dos presentes. Conta-se que apenas um homem não gritou palavras de odio, somente falou:  "Uma coisa pode ser afirmada sobre dela - tinha belas pernas."

Odete partindo de Saló
" Há grandes lapsos de memória,
Grandes parábolas perdidas,
E muita lenda e muita história
E muitas vidas, muitas vidas."

Fernando Pessoa

Afastando-se de Saló, rumo a Garbone
      

quinta-feira, abril 24, 2014

Para Veneza, uma declaração de amor.



De Desenzano a Veneza, pode-se viajar no Euroestar, que só vai parar em Verona, Vicenza, Padova e Veneza Mestre. Paga-se 27,50 euros e gasta-se menos de duas horas nessa viagem. Fácil,fácil.



Pela beleza e singularidade, ir a Veneza é sempre uma festa. Não importa tê-la visitado bem mais de dez vezes. Com chuva, caminhando sobre passarelas de tábua, com dia nublado ou com sol, em qualquer estação do ano, sempre é bom visitar essa cidade e perder-se em seus labirintos.



Li, não lembro onde, que não conhece Veneza quem nunca se perdeu nela. Devo conhecê-la bem, considerando o número de vezes que já me perdi. Mesmo quando eu seguia os roteiros previamente estabelecidos e numerados, eu continuava a perder-me.



Foi - me perdendo, entretanto,  que descobri ruazinhas fantásticas, vicolos (becos) estupendos, desses que a gente acredita que, a qualquer momento, vai encontrar fantasmas mascarados, deixando festas ou procurando por elas.



Sinto amor e respeito por Veneza,  uma das mais antigas cidades vivas do mundo.



PS. Informações sobre Veneza estão nos guias de viagem, nas revistas especializadas, em muitos blogs, em filmes e programas de TV... E estão sobretudo   nas narrações dos que vão à Italia - sim! porque se foi à Itália, certamente visitou Veneza. É, portanto, desnecessário eu escrever sobre ela...ou justificar minha preguiça neste momento.



" A preguiça de pensar
É uma grande alegria,
Porque pensar é achar
Que a lareira já está fria.



Não quero pensar em nada.
Quero aquecer-me a sentir
Que na lareira apagada
Arde uma lenha de ouvir.


Que lareiras e alegrias
São coisas só de sonhar...."

Fernando Pessoa

quarta-feira, abril 23, 2014

Parco Giardino Sigurtà : um milhão de tulipas.

Suavidade do verde e  forte cor da tulipa

Sou campesina por origem e natureza. Amo hortas, pomares, jardins. Seguramente, herança familiar dos Menini/Menine. Meu pai - que morreu aos 44 anos - deixou muitas árvores na Bela União, algumas delas pouco comuns na região, como maçã, caqui e ameixa.

Minhas tulipas preferidas

Tio Estêvão Menine, irmão de meu pai, colecionava variedade de flores na sua chácara, em Rosário do Sul. Lembro-me de que ele nos presenteava com sementes, bulbos e mudas de papoulas, cravos, tulipas e roseiras, que minha mãe as plantava  no jardim da casa. Na minha memória , as roseiras eram arbustos muito grandes e tinham flores bastante perfumadas. Talvez esses arbustos me parecessem tão grandes porque eu era muito pequena.

Combinações de altura e cor das tulipas

Preciso, por minha história de vida,  de terra para sentir-me plena, mesmo que seja um pequeno espaço como o que tenho em Torres. Parques e jardins constam sempre nos meus roteiros de viagem. Imaginem, pois, minha euforia ao saber que , perto do Lago di Garda, no Valeggio sul Mincio ( Via Cavour 1 - 37067 Valeggio sul Mincio (Verona) havia um mega - super - famoso parque e jardim, chamado Parco Giardino Sigurta (www.sigurta.it ) com 600 000 metros quadrados de extensão.
Composições lindas

E justamente, no mês de abril, o Sigurtà estava promovendo a Tulipanomania, um espetáculo considerado o mais importante da Itália e o mais rico do Sul da Europa. Milhares de visitantes vêm  apreciar nada menos que um milhão de tulipas floridas, com as mais variadas e raras cores e formas. Para quem gosta de fotografia, concursos em diferentes níveis e uma fantástica mostra de câmeras em mãos de apaixonados fotógrafos profissionais, amadores  e principiantes.

Um dos 18 espelhos de água do Giardino

Em 2013, recebeu o prêmio de Parco più bello d' Italia.  Além do milhão de tulipas, com 300 variedades, pode-se, ainda, admirar 18 espelhos de água onde proliferam flores de lótus;  um labirinto com 1500 plantas, articuladas num percurso de 2500 metros quadrados; 30 mil roseiras que formam a Vialle delle Rose e muitas outras plantas, como dálias, hortênsias, jacintos, narcisos, lírios ,muscaris e amores-perfeitos.

Cores alternadas em todo o Giardino

O Parque teve seu início em 1417, quando Contarini, um nobre homem italiano, construiu uma Domus Magna - Casa do Patrão - num campo de fazenda. Em 1616, a propriedade passou à familia Guarienti que começou a construção de um jardim com uma estrada panorâmica. Em 1776, a família Maffei obtém o direito de usar as águas do vizinho rio Mincio para irrigar as terras, constroi um pequeno castelo e modifica o jardim, inspirando-se no modelo inglês.
Alegria dos fotógrafos

Em 1836, a propriedade passa para a família Nuvoloni. Em 1859, Francesco I da Áustria e Napoleão III da França foram hóspedes dos Nuvoloni.  E , em diferentes momentos, assistiram às sangrentas  batalhas de Solferino e San Martino, que atingiram 40 mil pessoas , entre mortos e feridos. Depois desse terrível conflito, veio  a assinatura do armistício que pôs fim a Segunda Guerra de Independência Italiana.

Verdadeiras raridades em cores e formas
Há um fato interessante de relembrar que está relacionado com essa Segunda Guerra de Independência Italiana e as batalhas mencionadas.O suíço  Henry Dunant, observando a generosidade das mulheres da região, que amorosamente socorriam todos os feridos, sem distinção de nacionalidade ou divisão interna, teve a inspiração para gestar a base de uma organização humanitária, que se tornou depois a conhecida Cruz Vermelha Internacional.
Combinações diversas e harmoniosas

Em 1929, o complexo foi adquirido por Maria Paulon, esposa de um conhecido médico da localidade. Doze anos depois, em 1941, vendeu a propriedade toda a Carlo Sigurtà, um industrial  farmacêutico de Milano. Em 1978, Sigurtà abre o Parque Jardim ao público e continua a aprimorar o investimento, ampliando-o e mantendo-o ecologicamente viável e protegido.

Rio Mincio
Ainda hoje a gestão do Parque pertence à família Sigurtà. Magda e Giuseppe Sigurtà , netos de Carlo, cuidam, cotidianamente, com esmero e paixão, desse complexo, cumprindo, assim , promessa feita aos seus pais. A expressão de reconhecimento desse trabalho veio com o prêmio de Parco più bello d`Italia, em 2013.
Fonte com água potável

Todo o Parco Giardino Sigurtà, distante 25 km de Verona , 25 km de Mantova e 150 km de Milano,  contribui para o estudo da arte e da história , hospedando tesouros arquitetônicos, como o castelinho, o labirinto, a ponte sobre o rio Mincio e uma admirável coleção de fontes.

Arvore com mais de 400 anos
A árvore mais antiga , entre as existentes no Parco Giardino, é esta quercia - em português, carvalho - que tem mais de 400 anos e seis metros de circunferência. Sua copa, que lembra a cúpula de uma catedral, sustentada apenas por uma pilastra, cobre uma superfície de mil metros quadrados. Espetacular presente da natureza e de quem a cuidou e conservou.

Difícil selecionar as fotos - todas lindas!

Nossa ida ao Giardino,  a partir de Sirmione, foi feita em táxi. Nosso retorno, após almoçar num excelente restaurante em Valeggio sul Mincio ( La Borsa ) foi bem mais interessante  e informativo. De ônibus , fomos até Peschiera sul Garda, onde, após um passeio, percorrendo as principais vias dessa pequena cidade, tomamos outro ônibus que nos deixou em casa.

Detalhes avistados no percurso do Parque
O Parque fica aberto ao público de 8 de março a 2 de novembro. A exposição de tulipas, em 2014, realiza-se no período de 8 de março a 20 de abril , das 09h às 18h. Ao comprar ingresso, recebe-se mapa do local e informações de como locomover-se em seu interior, seja a pé, de bicicleta, em trenzinho ou em golf car.Há lojinhas que vendem , além de postais e souvenirs, sementes e mudas de plantas diversas. Este é um passeio que eu aconselho para quem curte natureza e belos cenários.

Passeio bem recomendado!

" Debaixo de onde altos ramos
Fazem grande o arvoredo,
Solitariamente vamos,
Num colóquio que calamos,
Cada um com seu segredo."

Fernando Pessoa
De onde vem essa beleza toda?

quinta-feira, abril 17, 2014

Sirmione, a Pérola do Lago di Garda.

OBS.Texto sem revisao.
Castelo Medieval de Sirmione - Rocca Scaligera
Sugestoes, informacoes e um pouco de sorte levaram-nos a escolher Sirmione como base para nossos 12 dias no Lago de Garda. Por informacoes e um pouco de sorte tambem, escolhemos e reservamos o Hotel Luna , no centro historico, para permanecer esses dias. Realmente, um tres estrelas simples e agradavel,  com direcao e gerencia da familia -  pessoas disponiveis e bem informadas - excelente localizacao e boa relacao qualidade/preco.

Centro Historico da Cidade

Sirmione,comuna italiana da região da Lombardia, província de Bréscia,  eh um encanto de cidade, por muitos conhecida como Perola do Lago di Garda. Localizado na Peninsula do  mesmo nome, numa faixa estreita de terra , que emergiu da cadeia rochosa que divide a parte inicial do lago . Eh toda bonita, com estreitas ruas  medievais e grandiosas ruinas romanas.

Restaurante no Centro Historico
Estende-se por uma área de 33 km², tendo hoje cerca de 8000 habitantes e uma densidade populacional de 193 hab/km². Faz divisa com Castelnuovo del Garda, Desenzano del Garda, Lazise , Padenghe sul Garda, Peschiera del Garda.  Eh charmosa, bem conservada, com muitos hoteis,  restaurantes, sorveterias e cafeterias - excelentes!

Deliciosos sorvetes em muitas e variadas sorveterias
O desenvolvimento turistico da cidade ampliou-se a partir dos anos cinquenta. Como caracteristica fundamental, conserva ,ainda, tranquilidade, repouso e silencio. Lugar excelente para viagens em familia, inclusive com criancas. Ha muitas possibilidades de praticar esporte nautico e de frequentar o Centro Termal, considerado um lugar benefico para saude, em razao de suas multiplas piscinas  com agua de diferentes temperaturas.

Odete e eu em Sirmione, na ida a Grotte di Catullo
'E interessante  observar que a Peninsula esta, artificialmente, transformada em ilha, porque um fosso escavado, junto ao Castelo,  construido por razoes de defesa, dividiu o istmo da entrada da cidade. Na extremidade junto ao lago, ha tres colinas, que tem cerca de 90 metros de altura: Cortine, San Pietro e Grotte di Catullo - lugar lindo para uma boa caminhada, com atencao a varios pontos historicos.

Castelo - e a ilha que artificialmente se formou
Sirmione 'e  habitado desde tempos antigos. No periodo romano, foi lugar de parada para aqueles que transitavam entre Verona e Brescia. Ao redor de 2 mil anos, aconteceram aqui grandes batalhas. Esteve sobre o dominio veneziano por mais de tres seculos e tambem pertenceu aos franceses e aos austriacos. Por sorte, nao sofreu grandes danos nas ultimas grandes guerras.

Catulo em Sirmione

No extremo da Peninsula, ha  um grande palacio , cujas ruinas se avistam do lago `a medida que o barco se aproxima. Provavelmente, tenha pertencido ao pai do grande poeta Catullo  ( Gaius Valerius Catullus,87 a.C. / 54 a.C.) que exaltou Sirmione em varios de seus versos, tornando o lugar conhecido e famoso.
 Grotte di Catullo

Esse extraordinario local, no seu conjunto, hoje 'e denominado Grotte di Catullo, pois  guarda os restos da antiga casa, conhecida como A Casa de Catullo. O complexo todo impressiona muito. Particularmente, encantaram-me as velhas e majestosas oliveiras, que se espalham por toda parte. Ha belos caminhos para percorrer e , do barco, pode-se ter uma visao ampla de toda a sua grandiosidade.

Ruinas romanas vistas do barco

O nome Catullo eh bem lembrado aqui - de avenidas a bares. No ancoradouro principal, estah o busto do poeta; em pedra, ha  gravacoes de seus versos que referem a Sirmione. Outros escritores tambem escreveram sobre esta cidade, como Giosuè Carducci, Antonio Fogazzaro e Gabriele D'Annunzio.

Versos de Catullo
Maria Callas, cantora lírica americana de ascendencia grega e considerada a maior soprano e cantora de todos os tempos, tambem eh um nome bastante conhecido. Teve uma belissima vila em Sirmione, defronte a  um parque que agora leva seu nome.A grande Maria Callas eh  nome de rua e nome de um alegre bar na cidade.

Parque Maria Callas
Rocca Scaligera eh o fascinante castelo medieval - mencionado acima -  que confere a Sirmione marcante beleza e identidade. Sua construcao iniciou-se na metade do seculo XII e , conforme o periodo de dominacao , outros complementos lhe foram sendo acrescentados pelos novos donos do poder, assim como novos emblemas e simbolos dos dominadores da vez.

Torre da Rocca Scaligera
Pontes elevadicas, muralhas duplas, fossos com agua e outros tantos artificios, intensificavam a seguranca do castelo.Uma torre, chamada de Torre da Homenagem, com mais de 30 metros de altura, podia lancar, sobre os assaltantes ou possiveis invasores, azeite quente e pedras - procedimento bastante usado na defesa de castelos e cidades. Hoje, pode-se subir por essa torre e desfrutar do alto uma vista belissima do lago.

Igreja de Santa Maria

No seculo VIII , ja existiam em Sirmione tres igrejas: Sao Salvatore ( 765 ), a Abadia de Sao Martino e um pequeno monasterio construido para uma das rainhas. Defronte ao castelo, estah  a Capela de Santa Ana, destinada a receber as oracoes dos soldados. Na rua Vittorio Emanuele, a mais movimentada da cidade, esta a Parrocchiale di S.Maria Maggiore, onde assistimos `a missa do Domingo de Ramos e ganhamos muitos ramos de oliveira, devidamente bentos.

Ramos bentos para os amigos...
O comercio da cidade eh intenso e diversificado. Encontram-se roupas e acessorios para todos os gostos, incluindo obras de arte e joias delicadas e criativas - e caras para meu padrao de consumo. Encantaram-me as ceramicas oriundas de Bassano di Grappa, com pecas uteis e bastante originais. Nos supermercados e pequenas lojas, estao especiarias, frutas, queijos, salames, presuntos, paes, massas  e verduras divinas - mas divinas todas elas!

Ceramica de Bassano
Percorrer o Lago eh bastante facil. Para andar de barco, basta  dirigir-se  a Marina da cidade e informar-se quais tickets e horarios se adequam ao que você quer. Existem passes diários, com número de viagens ilimitadas, que cobrem todo o lago por € 26,40 ou € 21,50 por pessoa, dependendo da tarifa - crianças pagam €13,50. 

As oliveiras sao muitas e importantes para a economia local

Embora eu ja conhecesse uma parte do Lago di Garda, nunca havia permanecido por tantos dias nesse lugar tao pacifico,bonito e agradavel.  Gostaria de retornar a Sirmione. Mas, como sempre estou dizendo, vai me faltar vida para ver ou rever  lugares deste mundo grande e bonito - apesar de mal cuidado por aqueles que se pensam donos da terra e que sao tao transitorios quanto qualquer um de nos.
Vista do lago desde Sirmione