sábado, abril 30, 2011

Intervalo


Meu prato!




















Desde que voltamos do Colorado, muitos compromissos aqui em Paxton. Hoje jantaremos na agradável fazenda  de Randy e Candy Riggleman. Candy cozinha muito bem e faz deliciosas sobremesas. Decidi interromper a dieta  até ir para o Canadá, daqui a três dias. Estudei bastante para fazer o roteiro canadense. Gostaria de aproveitar bem esse mês, nesse país. Faremos de avião Chicago/Toronto - opção mais confortável e econômica. Serão quatro dias em Toronto, incluindo Niagara Falls; quatro dias em Montreal e três dias em Ottawa. Novamente em Toronto para iniciar a viagem de trem  Leste/Oeste. Faremos paradas em algumas cidades - sem parar, são quatro dias e quatro noite, quase cinco mil quilômetros até Vancouver. De Vancouver, iremos, ainda de trem, para Seatle e Portland, de onde retornaremos, para Chicago, de avião. Como o trem oferece internet, contarei o dia a dia dessa viagem a fim de facilitar a vida de outros viajantes. Se ficarem dúvidas, é só perguntar!
PS. Candy fez peito de frango grelhado, batatas assadas, temperadas com alho e pimenta,milho doce e asgargos naturais. Tempero delicioso.

quarta-feira, abril 27, 2011

Retornando do Colorado

Aeroporto de Denver

No hotel, já fomos avisados que um tornado, durante a noite,  causara fortes danos ao aeroporto de St.Luois - Missouri - onde deveríamos descer, e que esse aeroporto permaneceria fechado por alguns dias. Deveríamos, no entanto,  ir até a companhia aérea, pois  haveria opções de partida e soluções para o problema.Tudo muito tranquilo. Quando lá chegamos, fomos prontamente atendidos e ofereceram-nos um voo para uma cidade próxima a St.Luois ou para outra cidade a nossa escolha. Optamos por Indianápolis, para onde viajamos no mesmo horário em que deveríamos ter viajar . Teve um pouco de turbulência, certamente para alimentar meu medo natural de avião. Foi um voo de duas horas. Chegamos bem.Sem stress. 
Estamos hoje em Pana. Amanhã, retornaremos a Paxton, para minha principal atividade cotidiana: desarrumar e arrumar malas. Na próxima semana, nova movimentação. Ir de Champaign a Chicago num ônibus que nos deixará direto no aeroporto. Depois , Chicago - Toronto e um mês no Canadá - de Leste a Oeste.

terça-feira, abril 26, 2011

Denver, a simpática capital do Colorado

Museu de Arte

Ao contrário de outros Estados Americanos, em que a cidade maior não é a capital, Denver é a capital do Colorado e a sua  maior cidade. Fundada em 1858, como base de suprimentos para mineiros, passou a capital em 1876 e , atualmente, é famosa por localizar-se ao pé das Montanhas Rochosas, por seus museus, galerias de arte e prédios públicos. 






Denver Art Museum tem uma coleção bem significativa, distribuída no seu moderno edifício de sete andares. Interessaram-me, principalmente, duas coleções: uma sobre o Velho Oeste, que contempla arte indígena prioritariamente,  e outra sobre o Oeste atual, com arte contemporânea. 
 
À frente de prédio público

Também é interessante o Civic Center Park onde está o Colorado State Capitol, com sua imensa cúpula dourada, onde funciona hoje a assembleia legislativa e a sede do  governo estadual. No mesmo parque, estão o Museu de História do Colorado e o Denver Mint, uma das quatro casas da moeda dos Estados Unidos e onde se prensa mais de dez bilhões de moedas por ano.Não tive vontade de visitar a Molly Brown House, a mansão restaurada e transformada em museu, que pertenceu àquela senhora que sobreviveu ao Titanic. Ela foi imortalizada no filme que tanto sucesso fez entre nós. Caminhei longamente pela cidade, incluindo uma  caminhada pela 16a. Avenue, uma simpática rua de pedestres e de comércio, com muitos bares e restaurantes.


Ronald Mckinney

Caminhei muito mesmo. Como havíamos locado carro, visitamos também alguns bairros mais distantes. Só retornarei, entretanto,  a Denver se for para visitar as cidades próximas e ver, outra vez, as Montanhas Rochosas e as Estações de Esqui. Denver, por si só, está vista!







segunda-feira, abril 25, 2011

Visita Familiar


Donald e eu

Visitamos, em Baggs , uma pequena cidade de Wyoming, a Donald, o único irmão vivo de Ronald e o mais velho de todos. Com 86 anos e uma lucidez impressionante, conta episódios da Segunda Guerra, onde esteve, como soldado, na Bélgica e na Alemanha. Como era hábil em mecânica de aviões, tornou-se auxiliar dos engenheiros que comandavam a recuperação de aviões atingidos. Mostra cicatrizes, mas não mostra tristeza. Queixa-se , apenas, da saudade da esposa Mary, com quem viveu 58 anos. Vive sozinho num apartamento próximo ao de sua filha Carolyn. Donald , orgulhoso, faz -me ver sua carteira de habilitação, recentemente renovada. Dirige para ir ao Senior Center, onde almoça diariamente, e para ir à igreja aos domingos. Ronald e eu almoçamos com ele nesse Centro (foto). Ali almoçam muitos idosos. Comida saudável, temperada com muita pimenta - o que me surpreendeu -  e reencontro diário com amigos. Quando um dos sócios fica doente, a comida é levada até a casa. Um quebra-cabeça de mil peças está sempre sobre uma mesa. Todos participam da sua montagem. Uma senhora me conta que, disciplinadamente, acerta ao menos duas peças por dia. Faz bem à memória e à capacidade de concentração, segundo ela. Quando o quebra-cabeça fica pronto, recebe uma moldura e é colocado na parede. Imediatamente , outro o substitui. O Centro é contruído pelo governo e mantido pelos sócios. Rotina leve e bonita - como Donald.

As Rochosas




Minha maior curiosidade, aqui, desta vez,  era ver as Montanhas Rochosas. Entre Idaho, Montana , Wyoming e Colorado, escolhi este último para visitar , porque havia lido bastante sobre o Estado e sobre sua principal cidade. Um vôo a partir de St. Louis (MO) levou-nos ao interessante aeroporto de Denver, com sua arquitetura muito particular - similar às montanhas com neve. Alugamos um carro e com ele seguimos a direção oeste e, depois, norte, atravessando grande parte do Colorado, até entrar no Estado de Wyoming, de onde retornamos. É um bom período para fazer essa travessia. Apesar da imensidão branca das montanhas, a neve na estrada é pouca e avança-se com facilidade. De outubro até junho, entretanto, torna-se impossível transitar em muitas dessas áreas. No total, são 1609 Km de montanhas.





Percorremos 700 km delas, encontrando , pelo caminho, estações de esqui  bastante conhecidas, como Aspen e Veil. Colorado é o Estado mais montanhoso dos Estados Unidos. Tem 54 picos com mais de 4 mil metros. O próprio nome Colorado, que foi dado pelos primeiros colonizadores espanhóis, está relacionado à cor das rochas das montanhas. Impressionou-me a gentileza das pessoas dessa região e a busca constante de uma arte regional. Algumas vezes chorei face à beleza deslumbrante do que via e lembrei-me de pessoas que eu gostaria que vissem as Rochosas. Difícil está sendo agora selecionar três  fotos, entre centenas, para postar no Correndomundo.



terça-feira, abril 19, 2011

"Lá vou eu..."

Estamos, Ronald e eu,  no Aeroporto de Saint Louis – Missouri, uma bela cidade, onde estive outras vezes e onde penso  voltar. Hoje saímos de Pana diretamente para aeroporto. Entregamos, aqui,  o carro, alugado em Champaign. Estamos aguardando o vôo para Denver. Durante uma semana, estaremos  no Colorado, Estado que dizem ser muito interessante. Viajaremos pela Frontier, uma dessas empresas aéreas de baixo custo- baixíssimo custo mesmo. Estou tranqüila porque os aviões foram fabricados no Brasil, pela EMBRAER. Já viajei em vários países nesses aviões. Fico toda orgulhosa!

domingo, abril 17, 2011

Monon - Museu do trem


Sempre que vamos a Michigam, assim que passamos pela pequena cidade de Monon, no Estado de Indiana, paramos num restaurante, que tem algo muito particular: um encantador museu sobre trens. Inaugurado em 2005,  tem uma  coleção de cinco mil itens, vinculados a história desse meio de transporte, nos Estados Unidos, durante o  período de 1800 a 1970. Inclui de vagões a porcelanas lindas , usadas na primeira classe, há muito tempo. Um gramofone antigo toca discos de vinil , com músicas antigas, enquanto se podem ver fotos, vídeos e documentos sobre o tema. Muito importante: O nome do Restaurante é Monon Connection. A comida é ótima, e o preço também.

quinta-feira, abril 14, 2011

Simpósio sobre Violência Doméstica



















Assisti, na cidade de Effingham, em Illinois, um Simpósio sobre Violência Doméstica. Gostei do cronograma, rigorosamente obedecido, com intervalo de 10 min entre uma palestra e outra e 50 min para o almoço. O café da manhã e o almoço estavam disponíveis no local do evento. Os participantes eram advogados e assistentes sociais ligados a organizações de proteção à família, juízes, sherifes e  policiais – e eu... nada a ver...mas fui junto com Eni, representante do Departamento de Família e Criança do Estado de Illinois. Recebi uma pasta com todas as cópias do material apresentado – mandarei para Alda, minha irmã, que atua, como advogada, na área de família, especificamente com crianças e adolescentes. Gostei da organização do espaço físico: longas mesas, com toalhas brancas, colocadas à frente do painel de projeções e dos palestrantes e para onde se podia levar café o tempo todo.



























Palestraram – e muito bem – uma advogada, um experiente policial , que parecia ter saído de um filme, e uma mulher com uma terrível história de vida – a primeira a conseguir uma sentença de 35 anos de prisão para um marido, num crime de vítima sem morte. Os três integram conselhos que se ocupam da educação, prevenção e coordenação de intervenções e serviços às vítimas de violência doméstica. As explanações e discussões enfocaram, na violência doméstica, a violência física, a violência sexual, a violência psicológica e a violência econômica. Os esclarecimentos sobre as diferentes formas de violência foram fantásticos e me fizeram recordar muitos fatos que presenciei, como maridos que humilham as mulheres, chamando-as de burras e estúpidas; ou que escondem suas contas bancárias para que a mulher assuma despesas com casa e filhos; ou que são sedutores com outras mulheres na frente da esposa; ou que falam para os filhos que a mãe é uma nulidade...enfim, tudo o que provoca humilhação ou dor física ou psicológica. Interessante ver , nos vídeos , casas lindas, carros caros e pessoas bem vestidas, envolvidas nesse tipo de crime. Parece – me que, na realidade brasileira, tais problemas não têm visibilidades igual em todos os grupos sociais. Nos segmentos mais protegidos, a violência doméstica é bem disfarçada.Vê-la , assim, crua e nua, é bem triste.Assunto para muitas horas de conversa, incluindo a questão de gênero.

segunda-feira, abril 11, 2011

Confusões linguísticas

Eni e eu


Minha amiga-irmã Eni mora em Illinois, já faz 35 anos.Ela usa muito raramente língua portuguesa. Em razão disso, faz usos interessantes de algumas palavras ou expressões nossas. Observei , por exemplo, um dia, que uma senhora atravessara o jardim , viera até a porta principal e não tocara a campainha.Comentei o fato com Eni e ela,então, respondeu-me: É a mulher que vem botar cartas! Primeiro pensei em cartomante. Depois, dei-me conta que era  a funcionária do correio que viera trazer correspondência.

quarta-feira, abril 06, 2011

Detroit




















Detroit foi fundada em 1701 pelo francês Antoine de la Mothe Cadillac, um comerciante de peles!A história de seu desenvolvimento começa com a construção de embarcações. A indústria naval foi seu forte, apesar de estar num estado de interior do país. Passou , depois, a ser centro de fabricação de equipamentos ferroviários, carros e bicicletas. O grande impulso para seu crescimento foi dado por Henry Ford, em 1896, quando começou a produzir automóveis. Na década de 20, a maioria das fábricas americanas de carros, como a Ford, a General Motors, a Pontiac e a Chrysler, transferiram suas sedes e demais instalações para Detroit.





















Veio a crise e , com ela, muitos problemas q a cidade não conhecia ou que existiam em pequena escala. Assustou-me o subúrbio por onde se chega de trem. Ruína total. A cidade,que chegou a ter um milhão de habitantes, perdeu cerca de trezentos mil – gente que saiu à procura de trabalho, como nos disse um taxista. Observam-se , agora, algumas iniciativas para revitalizar a cidade,como o Renaissance Center, à beira do lago, sede atual da General Motors.


Detroit - Centro




















Apesar de haver traçado Detroit, saio insatisfeita porque os museus atualmente não abrem segunda e terça e foi-nos impossível, portanto, visitá-los. Vi apenas externamente o Charles H. Wrigth Museuns of Africam American History, criado em1997, numa homenagem à contribuição, para o progresso cultural e comercial da cidade, da grande população afro – americana de Detroit. 
Interessante a história local da gravadora Motown Sound, dirigida por Berry Gordy Jr, e que contou com artistas fantásticas como Diana Ross e os The Supreme. Foi a primeira gravadora independente controlada por afro-americanos nos US. Hoje pertence à PolyGran Corporation.

Detroit - Biblioteca Pública

Andamos muito pelo Bairro Grego onde estão os melhores restaurantes da cidade e onde se ouve , o tempo todo, música grega – o que me fez lembrar muito, com saudades, Alex e Gisela, meus amigos do norte da Grécia..
Fala-se que tempo de crise é tempo de jogos de azar. Saí me perguntando se essa não seria a causa da existência de tantos Cassinos aqui, inclusive o imenso Greektown Hotel Cassino, onde nos hospedamos.
Obtive, no Consulado do Canadá, um visto, com múltiplas entradas e duração de seis meses. Gostei de ter visitado Detroit. É interessante e ...bem...agora que já o conheço, não preciso ir outra vez..
Estamos, Ronald e eu, no trem, voltando para Chicago/Champaign/Paxton.

segunda-feira, abril 04, 2011

"Lá vou eu..."


Uma das esculturas em Champaign

Saímos , hoje cedo, de Paxton para Champaign, onde a estação de trens é pequena,tranqüila e tem um conjunto de esculturas lindas, em bronze, de três meninos correndo de patins - todos parecidos com o Pedro, aos 8 anos. Daniel e Lora foram nos levar.

Uma só pessoa atendeu – nos , cerca de 10 pessoas, da venda de passagens ao embarque. O trem oferecia o conforto que gostaríamos de ver na classe executiva dos aviões. Viagem ótima.


De Champaign a Chicago, leva-se menos de três horas. Chegando na Estação Central de Chicago, encontra-se cenário oposto. Muita gente e gente bastante diversificada. Moças e rapazes mochileiros, senhoras e senhores com muita idade e muita bagagem, turistas e americanos em geral, incluindo muitos portadores de necessidades especiais. Muitas pessoas carregam fiambre. Adorei isso. É minha campanha para os usuários de companhias low cost.


Daniel, Ronald e Lora

Impressionaram-me dois itens: o número de salas – pareceu-me uma para cada trem – e o número de pessoas envolvidas com cada embarque. Contei doze pessoas entre funcionários, policiais e controladores diversos, todos uniformizados, ainda que os uniformes fossem diferentes, evidenciando certa hierarquia entre eles. Havia um funcionário para carregar a bagagem e dar o braço para as velhinhas – ainda bem que ele nem me notou! Ando deprimida.


Já faz alguns anos, que eu solicito o desconto de sênior. Anda, ultimamente, ocorrendo uma alteração que me chama à realidade. Quando eu estava no início dos meus anos sessenta, era comum pedirem-me documento comprobatório da idade , devolvido, muitas vezes, com aquele maravilhoso elogio : nem parece ! Dei-me conta hoje que o desconto já me é dado sem pedirem documento nenhum! Tempo implacável!

Michigan

Bill e Ronald




















Já estive outras vezes em Michigan, um bonito Estado cercado pelos lagos Michigan, Superior, Huron e Erie e onde não se anda mais de sete quilômetros sem que se encontre ao menos um pequeno lago. Realmente, é a Região dos Lagos.
Aqui vivem Nina, minha cunhada, uma pessoa adorável, e Bill, seu marido, professor de jardinagem, aposentado de universidade. Eles estão casados há 60 anos. Os filhos estão pelo mundo, e eles curtem morar perto do Sister Lakes, numa casa grande, rodeada de plantas raras. Estar com eles é uma lição de bem viver.Os dois trabalham, como voluntários, em jardins públicos. No ano passado, Nina e eu pusemos, num grande canteiro de praça, 360 plantinhas, combinando vermelho e cinza. Ficou bem bonito nosso trabalho. No dia seguinte, precisei tomar alguns comprimidos de dorflex e cataflan.

Nina e eu



















Sempre desejei, entretanto, conhecer a Capital, Detroit, provavelmente porque gosto de carros e percebo a história dessa cidade vinculada à história da indústria automobilística americana. A cidade tem um milhão de habitantes e , atualmente, uma certa fama de violenta. Ninguém se dispunha a me acompanhar nessa visita. Pensei que não conheceria Detroit, não visitaria The Detroit Institute of Arts e não veria o mural grandioso de Diego Rivera, que retratou o processo de industrialização da cidade, com as duras relações entre operários e patrões. Até já estava conformada com essa lacuna nos meus itinerários de viagem. Favorecida pela sorte, no entanto, deixei para fazer, nos USA, o meu visto para o Canadá - e a cidade mais próxima de nós que concede esse visto, é ...Detroit! Ronald e eu estamos a caminho de lá – e , para minha alegria – de trem. Os trens americanos e suas estações merecem um texto à parte.