quarta-feira, dezembro 28, 2011

Torres - 2011/2012



















Casa organizada. Cardápio escolhido. Hóspedes chegando. Tudo pronto para a virada do ano em Torres. Constato que , neste final de dezembro, apesar de a cidade estar recebendo muita gente, não irá além da sua capacidade como em anos anteriores. Torres está bonita porque é bonita. Parece que a Prefeitura está tentando deixá-la limpa e acolhedora. Também algumas obras públicas estão em andamento, seguindo a lógica de mostrar aos proprietários - a maioria mora longe - o que está sendo feito. Se fossem feitas durante o ano, poderiam não ser notadas, conforme me explicou um trabalhador dessas obras.




















Com a expectativa de receber 500 mil visitantes para Natal e Ano Novo, a cidade preparou  não só a infraestrutura, como também uma ampla programação, que iniciou dia 2 de dezembro e que apresentou, por exemplo, no dia 17 do mesmo mês, a Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul, na Praça da Prainha, diversificando, assim, os espaços para espetáculos públicos. No dia 31 , a partir das 21 horas, serão apresentados shows na Praia Grande, culminando com a tradicional queima de fogos de artifício - momento excelente para fazer-se belas fotos. Acompanharemos também as festividades no Passo de Torres, local que se tem desenvolvido muito.





















Pessoalmente, mais do que o charme desta praia e de ser o  4o. maior réveillon do País, é a minha sensação de pertencimento : estou na minha casa, onde estive mais da metade das férias da minha vida, onde vivi alegrias e tristezas de longo tempo e longa história.Este é o meu lugar. Nossa programação familiar será a mesma de tantos anos.





















Após o jantar, iremos todos à praia - moramos muito perto dela - para participar da contagem regressiva e ver chegar 2012, assistir à queima de fogos, jogar rosas e flores brancas no mar e molhar o pé na água salgada. Será um ritual de esperança, esperança de um ano com saúde, alegria, paz e muitas e muitas viagens. Que os Anjos digam Amém!






segunda-feira, dezembro 19, 2011

Viajantes Especiais


" Posso ir à casa da vovó para ver os slides e as fotos das viagens dela? "
Fabianinha,Fernando e eu
Durante vários anos ouvi esse pedido e autorizei  filhos, sobrinhos e filhos de amigos a irem à casa de Erica Renner de Araujo, nossa vizinha em Torres. As crianças retornavam encantadas, referindo informações sobre a geografia, a história e a cultura de povos distantes. Vovó era tão fascinante que até o Fernando, reconhecido como tinhoso, nosso pequeno terrível,  ficava atento, escutando sua fala, vendo suas projeções e - o que era muito importante - assistindo a suas demonstrações de passos de dança de povos visitados. Sim! Erica , formada na ESEF/URGS, a primeira instituição formadora de professores de Educação Física no Rio Grande do Sul, foi exímia bailarina em Porto Alegre e Campeã de Atletismo pela SOGIPA. Era uma bela mulher e integralmente educadora  -  pelas informações, pela alteridade, pelo amor à arte e ao esporte, pela fineza dos gestos e pela elegância postural. Gostava de viajar e de partilhar suas experiências de viagem.

Para Erica,.....
Lembro - me da  Fabianinha , com 5 ou 6 anos, contando sobre as pérolas negras e  as pérolas brancas , oriundas do Japão,  que a Vovó lhe mostrara - nao sei se em jóia ou em foto; lembro também de ela contar a história dos Músicos de Bremenn , com toda a coreografia que vovó lhe ensinara. Um dado interessante : a Vovó a que venho me referindo, nesse tempo, devia ter pouco mais de sessenta anos.
Foram muitos os nossos anos de vizinhança. Conheci seus filhos ainda adolescentes; conheci seus netos quando pequenos. Nossas crianças tiveram suas crianças - ou terão. Ela foi morar em Gramado, mas sei que  lembrava dos meus filhos e sobrinhos. Sua lembrança ficou carinhosamente guardada em nossa memória.
Erica e Vick, sua neta.
Nunca, entretanto, agradeci a Erica Renner de Araujo pela contribuição à formação de viajantes que ela deu a nossos pequenos - e a nós indiretamente. Não disse a ela sobre sua importância em nossas vidas, seu exemplo de boas maneiras, delicadeza, paciência e amor para com os pequenos.
Sua existência foi uma dádiva na partilha do conhecimento e no despertar do desejo de conhecer este mundo tão grande, por vezes tão contraditório, mas mesmo assim tão bonito.
Agora, aos 87 anos, ela partiu. Que os anjos a acompanhem nesta sua última viagem. E , se Anjo ainda aprende, estará lá Erica Renner de Araujo disponível para ensinar - como sempre esteve.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Blogagem Coletiva : meus 7 links




















Convidada por Claudia Liechavicius - que tem o fantástico blog  http://www.viajarpelomundo.com/ - e seguindo as regras relacionadas no blog  http://www.aprendizdeviajante.com/index.php/2011/12/03/blogagem-coletiva-meus-7-links-o-post/ que fez a proposta inicial, .enfrentei minhas dúvidas, inseguranças e hesitações , fiz as escolhas e aqui estão os meus 7 links.


1. O post mais bonito:




















A subjetividade da escolha ultrapassou a textualidade. Entre 476 postagens e sem tempo para rever textos e fotos, acabei escolhendo  a Índia  pela recordação de momentos vividos nesse país. Foram duas viagens, num total de sete meses de encantamento e vivências significativas, ainda que não as veja traduzidas em textos - os textos são fraquinhos ; as fotos, idem. Meio aleatoriamente , o link escolhido foi:
http://correndomundo.blogspot.com/2008/07/sobre-fotografias-e-imagens.html

2. O post mais popular:




















A China desperta muita curiosidade, sugere muitas perguntas e , em pessoas que a visitam, gera ambiguidades - o gostar-não-gostar é constante. É de impressionante beleza. Isso é. De tudo o que postei sobre a China, foi Xi ´an o que mais impressionou. Pudera! O Exército de Terracota está entre as coisas mais bonitas que vi nesta vida andarilha.
http://correndomundo.blogspot.com/search/label/China%3AXi%20%27an%20II


3. O post que gerou mais discussão/controvérsia:




















Aluguei um apartamento em Napoli e vivi a experiência de moradora do Volmero - bairro belíssimo - de  conhecer os vizinhos, de fazer compras para casa , de conversar com muita gente e de  ter amigos napolitanos. No entanto, apesar do sobrenome italiano, da semelhança com as mulheres do Norte, de conhecer  bem toda a Itália e de falar italiano, eu era uma estrangeira e , em alguns momentos, isso ficava bem demarcado.
http://correndomundo.blogspot.com/2008/06/quando-cheguei-napoli-decidi-logo.html

4. O post que ajudou/ajuda mais gente:




























Pelo retorno que recebi - incluindo vários e-mails com perguntas sobre o tema - parece que um pequeno post sobre visto para China e Hong Kong foi bem útil.
http://correndomundo.blogspot.com/search/label/China%3A%20tipos%20de%20visto


5. O post que o sucesso me surpreendeu:


























Neste 2o. semestre de 2011, o foco da viagem foram os países balcânicos. Eu desejava conhecer Estônia, Letônia e Lituânia. Fiz o roteiro de modo a ver esses países e  rever outros dos quais sentia saudade. Além disso, queria testar o novo vôo da TAP - POA/LISBOA . Foram dois meses agradáveis e com bom aporte de conhecimentos. As postagens tiveram muito boa repercussão - a escolha da Estônia para ilustrar foi quase aleatória!Poderia ser a Letônia ou a Lituânia, três países muito interessantes de ver.
http://correndomundo.blogspot.com/search/label/Est%C3%B4nia


6. O post que não recebeu a atenção que deveria




























Fiquei dividida entre Israel e Canadá. Considero que os dois não receberam a atenção que deveriam receber. Nem minha! Mesmo tendo sido Israel muito emocionante para mim e eu ter tido a oportunidade de estudar bastante sobre ele,  escolhi o Canadá para lincar aqui pela particularidade da longa viagem de trem - leste a oeste e por ser a primeira vez que o visitava . 
http://correndomundo.blogspot.com/search/label/Canad%C3%A1


7. O post de que tenho mais orgulho




















Paradoxalmente, neste blog de viagens, o post de que mais me orgulho não é de viagem - ou é uma viagem diferente. Em junho de 2009, com 65 anos, depois de divorciada há 17 anos, casei como Ronald Mckinney quis : no civil e no religioso, com festa em família, aliança e tudo o que tradicionalmente se faz.. Contrariei, assim, todos os meus  discursos  modernosos
http://correndomundo.blogspot.com/2009/06/que-assim-seja.html


Agradeço, carinhosamente, à querida Cláudia , por quem fui convidada a escrever meus 7 links.  Indico, a seguir,  setes blogs para dar continuidade a esta Blogagem Coletiva.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Feliz Natal, Feliz Ano Novo!




De evento em evento, nem senti o ano passar.
Foi muito rápido.
(Penso até em desconsiderar meu aniversário de 2011!).
Agora já é dezembro,
não resta tempo  para  muito mais do que desejar 
a todas as pessoas que me emocionaram, fizeram -me sorrir
ou deixaram-me agradável lembrança, 
um 2012 simpático, agradável, saudável,
e com um pouco de dinheiro para o tão necessário supérfluo.
Desejo ainda lucidez para os adultos e
persistência para os jovens .
Pode mesmo ser lucidez e persistência para todos nós.
Beijos
Aldema


sexta-feira, dezembro 02, 2011

Lisboa/Alegrete



















Minha nostalgia do retorno começa antes do final da viagem.Estamos no avião rumo a Lisboa. Dormiremos lá e , ainda pela manhã, iremos para Porto Alegre, naquele abençoado vôo direto da TAP, sem conexão em São Paulo. Como sempre me acontece ao retornar, a lembrança do trecho Porto Alegre/Alegrete me cansa antecipadamente. 


Lisboa




















Cansa-me também a espera da bagagem, a ida para a rodoviária, a compra dos bilhetes – já fico rezando que tenha um bom ônibus com disponibilidade de assentos. Os meios de transporte para a região da fronteira são precários, muito precários. Chegar em Alegrete já é chegar em casa. É o tempo de descansar, relembrar e preparar a próxima viagem. Preciso de calma e de ir sem pressa.






















"(...) Não tenho pressa.Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua ; estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas
ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra."
Fernando Pessoa


Tradicionais ônibus de Lisboa

terça-feira, novembro 29, 2011

Berlim ...outra vez




















Após confortável  viagem de trem - poucas horas e muitas atrações na estrada - chegamos, num domingo, ao meio dia,  à Estação Central de Berlim . Fomos para o hotel,  onde a pequena Raven logo chegou para irmos juntos encontrar seus pais e fazer os passeios programados para aquele dia. O passeio pelo pitoresco street market foi fantástico e me rendeu boas compras de toalhas bordadas com motivos de Natal. Comprei de uma senhora verdadeiras preciosidades em bordado e crochê, por um preço irrisório. Os mais jovens não têm interesse nesses bordados difíceis de lavar, disse-me ela. Foram feitos pela minha avó e pela minha mãe , acrescentou ela, quando decidi comprá-los. Senti vontade de chorar,lembrando - me da trajetória de Berlim e de suas gentes. Por quantos fatos e acontecimentos históricos aquelas pessoas haviam passado enquanto construíam preciosidades bordadas. Só esse momento já me valeria o domingo.





















Fabricio, Krithika e os pequenos - Raven, Raiz e Raine -  nossa família em Berlim, foram incansáveis e dedicadíssimos. Fomos juntos também , em kreuzberg, ao Checkpoint Charlie, tão conhecido através do cinema pois era fronteira entre os domínios soviético e americano. O roteiro das tentativas de fuga para o Ocidente e as estratégias utilizadas são mostrados no Museu ao lado do Checkpoint. Impressionantes também as grandes fotos que mostram as comemoraçoes do povo quando da derrubada do muro, incluindo fotos de concertos, obras de arte popular, festas de ruas. No último dia. jantamos na casa de Bricio e Kri. Ela preparou -nos a deliciosa comida indiana de que tanto gosto.



























Fabricio e Raven recolheram uma pedra de calçamento de rua para mandar ao meu irmão. Pitoresco é o nome dado a essas pedras, muito usadas nos enfrentamentos de estudantes com policiais. Chamam-se argumento. Na falta de outro, vai uma pedra. Conheço razoavelmente bem a Alemanha. São muitas as cidades lindas nesse pais. Muitas delas têm uma história recente que, de uma maneira ou outra, afetou a todos nós. Considero o povo alemão gentil e atencioso. Ronald e eu saímos de Berlin com planos de retornar e ficar lá uma temporada. Berlim é uma bela cidade grande com jeito de  pequena. Não é uma cidade com custo de vida alto e é bem agradável de morar.


domingo, novembro 27, 2011

Os Fantasmas de Cesky Krumlov

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Torre do Castelo


Em Cesky Krumlov, tanto o Castelo quanto a cidade, carregam a fama de abrigarem muitos fantasmas, fazendo com que lendas e histórias circulem pela região.A justificativa para as assombrações parece simples: além do Castelo, são trezentas casas tombadas e preservadas como eram há quinhentos anos no mínimo.Os habitantes da localidade apreciam conhecer e relatar histórias do além.De todas as que eu ouvi, retive algumas, talvez as mais interessantes pelo cenário e pelos estereótipos que sugerem.Uma dessas histórias refere-se a uma mancha, que se diz de sangue e que aparece no centro do palco barroco - perfeitamente conservado - do assombrado castelo.




Casas tombadas


Conta-se que Evelyn , uma jovem bonita e virgem, atuava numa troupe teatral que ia apresentar-se no Castelo. Ela apaixonou-se por David, o galã do grupo. Ele, entretanto, a rejeitou. Evelyn , tomada por imensa dor, resistiu até a apresentação do espetáculo. No final do último ato, em pleno palco, enfiou uma faca no peito e , literalmente, partiu seu coração, já partido pela dor. A mancha de sangue nunca mais saiu do palco e a jovem Evelyn , com os trajes de sua última apresentação, passeia à noite pelo Castelo - podendo-se, às vezes, ver uma faca fincada no seu peito.
Chamarei de A Bela Dama de Branco a esta outra história.



Parede interna do Castelo


Vivia no castelo, no século XV,  Perchta von Rozemberk, uma jovem muito bonita e muito cortejada pelos jovens da região.  Seu pai, entretanto, decidiu que ela se casaria com um lorde da Moravia , Johann  von Lichtenstein. Casou para satisfazer a vontade do pai. Não foi feliz. O lorde revelou-se péssimo marido, tendo sido cruel com a pobre Perchta  ao longo da vida conjugal. Quando Lichtenstein estava no seu leito de morte, chamou a esposa e pediu-lhe  perdão por todos os maus tratos. Com muita mágoa e muitos ressentimentos acumulados, ela não o perdoou. O marido moribundo, então,  amaldiçoou-a , transformando-a na Dama de Branco, que vive vagando pelas salas do Castelo  e que costuma aparecer em festas e eventos importantes.  O Fantasma usa sempre um belo vestido branco e um detalhe premonitório que é bem importante:: tem sempre luvas longas. Se  as luvas forem brancas, é sinal de boa sorte para quem a vê. Se forem pretas, desgraça na certa.




Detalhes do Castelo


Em determinado período , quando ainda não havia geladeira, o sal era um produto bastante valioso e , num país sem mar, mais valioso ainda se tornava..Residências abastadas tinham , no depósito de sal, um de seus espaços mais vigiados. Por essa razão, há , em Cesky Krumlov, uma casa mal assombrada. Dois guardas ali trabalhavam vigiando esse produto raro. O trabalho era bastante monótono e longo. Para passarem o tempo , os guardas costumavam jogar dados.




Pátio interno do Castelo


Certa noite, um deles estava numa incrível maré de sorte e o outro, com muito azar. O azarado, tomado pela fúria, quis reaver o dinheiro perdido. O sortudo negava-se a devolvê-lo. Os dois, então, enfrentaram-se numa batalha feroz, até a morte de ambos. Contam que ainda hoje se ouvem, onde era a casa de sal, barulho de briga, vozes alteradas e gemidos dos guardas moribundos.

PS .Minhas desculpas por faltarem as fotos dos fantasmas  e , assim, dar mais veracidade às histórias,  mas  fantasmas gostam da noite - e eu tenho medo de escuro e não costumo beber.

sábado, novembro 26, 2011

República Tcheca: fotos e comentários breves




Os cristais mais conhecidos e famosos no mundo, desde o século XV, são os cristais da Bohemia, região da República Tcheca. São cristais de uma variedade especialmente clara e sólida.Os tchecos foram os primeiros a inovar, fabicando cristais transparentes ou opacos, pintados ou dourados.Encantam-me as flores de cristal , pela fineza e delicadeza do design e pelas cores com que são apresentadas. Os preços não são altos, considerando a qualidade e a beleza das diferentes peças.



                                      



Os produtos mais tradicionais da República Tcheca são os cristais, já referidos, especialmente os da Bohemia e  de Karlovy Vary, as porcelanas - eu amo as porcelanas de um tom rosa , diferente, único, delicadamente arnamentadas com flores - as joias com granadas tchecas e as marinetes.







A República Tcheca é a principal produtora de granada, seguida da África do Sul. Essa pedra preciosa pode aparecer em diversas cores, sendo a vermelha a mais usada para joias pelos tchecos. Com diversas lapidações e montagens,  especialmente em prata e ouro branco, as granadas, pela sua durabilidade e beleza,  aparecem em colares, braceletes, pingentes, aneis e brincos. 







Sabe-se que é comum, na Europa toda, encontrarem-se noivos, fazendo as fotos oficiais de casamento, em fotogênicos e históricos lugares. Aqui,  no Castelo de Praga, encontrei vários casais sendo filmados e fotografados, com os mais diferentes modelitos.







Depois de passar a Ponte Carlos, na segunda esquina à esquerda, há um restaurante que serve excelente goulash dentro de um pão.

























Estou rindo porque é de dia e tem mais gente  por perto.....Neste Castelo de Cesky Krumlov , as histórias de fantasmas e assombrações são realmente assustadoras. Sobre esse tema, escreverei o post seguinte.

terça-feira, novembro 22, 2011

República Tcheca : Cesk`y Krumlov

                            
      
Há cerca de 15 anos , visitei Karlovy Vary ( Cidade de Carlos) , fundada em 1350 e  localizada a oeste de Praga, a  140 km dela. Conta a lenda que Carlos IV  estava caçando nessa região quando deu pela falta de um de seus cães. Foi procurá-lo e o encontrou caído num poço de água termal. Descobria-se, assim, o que se tornou a grande riqueza da cidade, hoje com pouco mais de cinquenta mil habitantes. Chegou a ter mais de duzentas estações de água, a mais quente delas com água brotando a 72 graus C.



























Karlovy Vary é conhecida também pela porcelana que leva seu nome  e pelos cristais Moser. São realmente muito bonitos.Durante o domínio russo, a cidade teve a preferência dos poderosos do partido, que ali passavam temporadas de descanso e lazer. Após 1989, as belas casas desse bonito lugar foram devolvidas aos seus antigos donos.Eu fiquei de tão impressionada com essa cidade que pensei não ter nenhuma outra com tal exagero de beleza.





















Nesta viagem, descobri que Cesky Krumlov é tão bonita quanto Karlovy Vary e leva sobre esta a vantagem de ter um grandioso castelo do século 13 - Krumlovsky Zamek - situado no imponente bairro Latrán . O castelo,  principal ponto turístico da cidade , apresenta atrações externas - belíssimos jardins - e atrações internas as mais diversas, incluindo uma torre de onde se tem inesquecível vista da cidade. Internamente, é belo sim  , mas assusta um pouco - imenso, paredes de pedra, acústica perfeita, cores ocres, torres, portões e grades...tudo meio fantasmagórico.


                         


A cidade tem suas ruas,  estreitas e formadoras de labirintos,  com calçamento antigo, todo em pedra, o que contribui para a preservação da atmosfera medieval. Restaurantes, cafeterias, hotéis  e lojinhas ocupam prédios antigos e bem cuidados - a cidade só precisou de restaurações mesmo em 2002, após uma grande enchente. Quase abraçada por um braço do rio Vltava , a bem preservada Cesky Krumlov está ali, num ambiente ímpar, demonstrando força e delicadeza, segurança e permanência - realmente uma das apaixonantes cidades medievais da região.





















hoveu chuva mansinha no dia em que lá estive. Isso impossibilitou-nos de fazer um passeio de barco e olhar  a cidade sob outro prisma. Espero que me acompanhe por muito tempo a imagem das paredes e dos muros do castelo, das cores delicadas na forte estrutura da torre, dos campos que vi ao longe e das ruazinhas que partem da praça principal. Uma sugestão para quem planeja visitar a República Tcheca: alugue um carro e visite Karlstein, Kutná Hora , a cidade das pratas, Karlovy Vary e Cesky Krumlov. Para manter seu encantamento, use transporte público ou carro alugado. Evite usar táxi, meu único desgosto nesses anos que frequento a República Tcheca.                                                                                                                                                                        
                                                   

quarta-feira, novembro 16, 2011

República Tcheca: Praga


Encanta-me o Leste Europeu. Sempre que posso , vou até lá. Durante esta viagem, reservei cinco dias para Praga, minha paixão maior no Leste. Não tive, entretanto, vontade de escrever sobre ela. Tomei uma decisão - vou incluir aqui um texto que escrevi há cinco anos. Tal decisào só se justifica porque estou hipergripada, com febre e não encontro as anotações feitas durante a viagem. Praga, no entanto, não vai ser prejudicada. Ela continua assim : linda de chorar. O texto é antigo; as fotos, de agora.



"Se você leu " Metamorfose " e " A Insustentável Leveza do Ser" , está na hora de vir a Praga. Outras expressões, como "Primavera de Praga" e " Revolução de Veludo", podem tê-lo levado a lembrar, pensar e ler sobre esta cidade e, conseqüentemente, desejar vê-la. E se já a viu, voltará...Dá saudades.



Praga tem sua origem num Castelo, erguido sobre uma colina, vizinho a uma curva do Rio Vltava, ainda no século IX. Nos arredores do Castelo, surge o "povoado", elevado à categoria de cidade em 1234. No século XIV, Carlos IV constrói a Universidade de Praga, a mais antiga da Centro-Europa, que deve ter sido " o sucesso da temporada", também pelos muitos estudantes estrangeiros que vieram para cá. Já li que " Praga é Paris que se esqueceu de crescer", e penso : ainda bem...está de bom tamanho assim.




Faz três dias que estou aqui. Apesar dos cinco graus negativos, caminho uns 10 km por dia - e não é a primeira vez que venho a Praga. Caminho mesmo. Não uso metrô. Ando devagar. Prefiro me encantar e surpreender a cada momento. Prefiro me emocionar com as minhas descobertas e com a beleza do que descubro .


Quando passeio pela rua Parizska, por exemplo, que serviu de cenário à Metamorfose, olho para os cantos à procura de uma barata imensa! Depois penso na genialidade de Kafka e, em sua homenagem, caminho pelos lugares onde ele viveu e vou ao café que contam que era o seu preferido. Só não fui ao Cemitério Judaico, em Zizkov, onde ele está enterrado, porque considerei "tietagem exagerada"... 



Caminhando, observo detalhes interessantes tanto na arquitetura quanto no comportamento dos visitantes. Eles, em geral, não portam pacotes imensos de compras... (os "dos pacotes" devem estar em outros países...) Portam sim máquinas fotográficas, filmadoras e , assim como eu, portam olhares deslumbrados.


Conheco bem a Slovakia, tanto a capital quanto o interior, e admiro a tranqüilidade e sabedoria (históricas) com que, quatro anos depois do fim do comunismo, a então Checoeslovakia se dividiu em República Checa e República Slovakia, numa pacífica e decidida mesa de negociação. Não percebo ressentimentos. Eram diferentes, inclusive no dialeto usado. Não foi difícil. E a República Checa ficou com Praga.
Bratislava não tem a imponência de Praga, mas é simpatica, tranqüila, agradável e tem o Danúbio que a envolve e embeleza; tem belíssimos castelos e teatros; tem o povo mais gentil que eu conheço...Cuidem! Posso estar sendo tendenciosa...Amo a Slovakia!




Parece-me muito interessante conversar, com pessoas de ambos países, sobre os " heróis da guerra" e os " heróis da paz". Os anos de silêncio fizeram brotar retratos, como o de John Lennon - e mesmo os muito jovens ainda falam nele. Considere-se, entretanto, que a apoteose da Revolução de Veludo é recente (1989). Em geral, escuto análises respeitosas e tranqüilas, sem os passionalismos que marcam os discursos persuasórios - exceção feita àqueles que perderam o centro do poder.
Saio daqui olhando pra trás...querendo voltar. Como um dos personagens de A Insustentável Leveza do Ser , experimento em Praga o "sentido da beleza que liberta da angústia e traz o renovado desejo de viver".

terça-feira, novembro 15, 2011

Polônia : Varsóvia e Cracóvia

Varsovia:Centro Histórico reconstruído




















Quanto mais visito a Polônia, quanto mais leio sobre ela, mais admiro os poloneses - povo gentil, educado, batalhador e forte. Imaginem um País que , na Segunda Guerra Mundial, teve dois terços de sua capital completamente destruída , transformada em escombros, e que está agora totalmente reconstruída. Esse País também  parece ter - e manter - forte liderança na região. Foi o primeiro do Leste Europeu e dos Bálcãs a opor-se - e a derrubar em 1989 - o regime soviético que os oprimia.

Centro Histórico de Cracóvia




















A Polônia é um dos maiores países da Europa Central. Tem uma população em torno de quarenta milhões de habitantes e quase mil anos de história. Suas principais cidades são Varsóvia - capital atual - Cracóvia - antiga capital - Gdansk e Poznan - uma das mais antigas cidades polonesas, com mais de mil anos. Merecem todas elas uma visita , mas é melhor visitá-las fora de seu período de inverno porque é uma região bastante fria. Na escrita polonesa, vale observar,  predominam as consoantes e , ao contrário da Língua Portuguesa, o centro silábico não é vocálico. Gosto muito da língua polonesa, língua eslava ocidental, muito parecida com o slovaco e com o tcheco.


Cracóvia: Torre da Prefeitura


























Varsóvia é uma explícita declaração da capacidade que tem esse povo de reconstruir seu patrimônio.
Sua  reconstrução  foi feita tendo como base documentos , pinturas, fotografias e memórias pessoais, tornando-se como era antes da entrada dos nazistas. Com certeza, o resultado impressiona muito a qualquer visitante. O centro da cidade foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Varsóvia está localizada no centro do país, às margens do rio Vístula e distante trezentos quilômetros de Cracóvia. Há muito o que ver e onde passear nesta cidade com tantas ruas específicas para pedestres. É possível percorrer a pé grandes atrações como teatros, museus, igrejas, edifícios históricos, praças - a Praça do Mercado da Cidade Velha é um encanto - palácios, monumentos e Castelo real. Melhor evitar táxi, um dos grandes problemas do Leste.





















Quando eu passava férias na Slovakia, costumava ir a Cracóvia frequentemente. Para mim, ela é uma das cidades mais lindas do Leste Europeu. Costumo hospedar-me no Hotel Polônia (: Basztowa 25, Stare Miasto, 31-156 ), um três estrelas simples e agradável,  localizado quase em frente à Estação Central de Trens, num sólido edifício antigo, bem perto do Centro Histórico, onde eu costumo ir por um caminho mais longo - através de um parque belíssimo. Nessa cidade, Karol Wojtyla viveu durante trinta anos, antes de tornar-se João Paulo II. Assisti, nesta viagem,  a uma missa na Catedral de Santa Maria, onde ele também rezou por muito tempo. Impressiona a beleza e a imponência dessa igreja bem como a beleza do ritual e das músicas entoadas pelas fiéis. Há muito o que ver em Cracóvia. Sobre ela , já escrevi outras vezes neste mesmo blog.






















Comecei a visitar o Leste Europeu quando ainda era difícil conseguir visto para essa visita. Aos poucos, os países que o integram, foram-se tornando destaque no turismo internacional. Hoje o turismo é uma de suas maiores fontes de riqueza; não houve, entretanto, perda de identidade de nenhum deles. A Polônia , muito respeitosa com símbolos e bastante religiosa, é toda bonita - suas cores, seu artesanato de madeira , suas inúmeras igrejas e capelas, suas obras de arte, enfim, sua história, sua geografia e sua cultura.  Amo as montanhas Tatry, que formam uma cordilheira na fronteira da Polônia e Eslováquia. São pouco conhecidas e muito bonitas - um lugar a que se deseja sempre retornar.